Apesar de ser uma das potências mais poluidoras, a China tem feito esforços importantes em prol da sustentabilidade
A economia circular surge como solução no combate ao desperdício e impacto negativo no meio ambiente para várias potências económicas, incluindo a China. Atualmente, a China é vista como uma das nações mais poluidoras do mundo, tendo as preocupações ambientais ganho relevância na política do governo chinês.
O crescimento da poluição ambiental e diminuição da capacidade de recursos naturais das atividades económicas criaram obstáculos no alcance dos objetivos económicos governamentais. Consequentemente, o governo chinês repensou a sua estratégia e desenvolveu uma solução sustentável que lhe permitisse um desenvolvimento gradual da economia acompanhado de uma diminuição ambiental.
O Impacto Ambiental da China
O aquecimento global não é um tópico novo investigado pela comunidade científica, sendo cada vez mais imperativo o combate aos desafios ambientias. São vários os países que contribuem de forma exponencial para este agravamento. Recentemente, a China produzia o dobro de gases efeito de estufa que o ambiente poderia suportar, e um terço da água não podia ser utilizada diretamente devido à sua poluição. Ademais, vários rios em áreas urbanas encontravam-se contaminados, e uma em cinco cidades chinesas sofriam com grave poluição do ar. Igualmente, as chuvas ácidas revestiam um terço do território chinês.
Consequentemente, todos os fatores anteriormente mencionados expressavam o cenário ambiental da China em torno do seu desenvolvimento económico exponencial. Como resultado, a dramática poluição ambiental provocou uma severa instabilidade social e colocou problemas no crescimento económico. Por sua vez, a China, devido à excessiva produção e escassez de recursos naturais, desafiava seriamente o potencial de crescimento económico que tanto ansiava.
A Implementação da Economia Circular
De modo a contornar este obstáculo, o país iniciou a sua batalha contra a poluição ambiental, implementando uma série de medidas baseadas nos processos internacionais. Assim sendo, a economia circular surgiu como modelo de combate ao problema ambiental e de mudança do padrão tradicional de produção e consumo. Assim, desde 2003, o conceito da economia circular surge frequentemente nos discursos dos políticos, uma vez que a Administração de Hu Jintao decidiu promover a circularidade como estratégia de longo prazo. Em 2005, o governo chinês requereu a integração da economia circular no 11º Planeamento quinquenal para Desenvolvimento Económico e Social Nacional, publicado um ano depois.
O compromisso da China em difundir um desenvolvimento económico sustentável é forte e de longo prazo, e diferencia-se das estratégias que têm sido promovidas pela Europa. Na China, a economia circular é promovida através de várias entidades como NDRC (National Develppment and Reform Commission), SEPA e outros ministérios relevantes através do Program for Experimental Units of Circular Economy. Este programa centra a economia circular como uma das principais estratégias do governo, e foca-se em sete setores: consumo de energia, emissão de poluição, reciclagem e gestão de resíduos, parques industriais, províncias e cidades. Tudo isto surge com o objetivo de mitigar o conflito entre o crescimento económico e poluição crescente, bem como a escassez de recursos naturais. Atualmente, as atividades económicas chinesas focam-se, sobretudo, em três áreas: empresas, parques industriais e regiões.
Empresas, Parques industriais e Regiões
A nível empresarial, a implementação de uma produção verde é o grande foco desta área. Aqui, há o objetivo de fechar o ciclo de materiais, reduzir utilização de materiais tóxicos e o uso gradual de energia. Estas alterações provocam um aumento de eficiência de recursos e diminuição de emissão de gases efeito de estufa.
Por conseguinte, a China divide os parques industriais em dois tipos: na construção de novos parques e restruturação dos parques existentes. Tanto a construção como restauração baseiam-se no princípio dos 3Rs. Estes parques têm a mesma abordagem de desenvolvimento: partilha de sistema de infraestruturas (água, gás e eletricidade) e tratamento/eliminação de resíduos, bem como cadeias de materiais renováveis.
Por fim, a nível regional (cidades e províncias), há um enfoque na produção limpa e parques industriais sustentáveis. Contudo, surge ainda três categorias no âmbito do desenvolvimento regional: 1) desenvolvimento da indústria para a reutilização, reciclagem e tratamento seguro de resíduos; 2) desenvolvimento eco agricultura, e 3) atividades amigas do ambiente. Como por exemplo, edifícios verdes, poupança de energia, certificações para ao ambiente, comunidades verdes, entre outros.
Em conclusão, a China tem feitos diversos esforços para mitigar a sua negativa pegada ecológica, sendo a economia circular o foco da estratégia do crescimento económico chinês.